quarta-feira, 9 de junho de 2010

Objetivos da reabilitação vocal

A reabilitação vocal tem como objetivo buscar a melhor voz do paciente, ou seja, restaurar a melhor voz funcional, adaptando-a as demandas comunicativas pessoais, sociais e profissionais. Na busca da melhor voz, é solicitado ao paciente a delegar um menor esforço ao falar, com maior naturalidade. A aplicação de técnicas de reabilitação vocal tem como objetivo melhorar a evolução do quadro clínico, diminuir os sintomas e o esforço que provavelmente é produzido durante a comunicação disfônica. Deve-se esclarecer ao paciente que não existe uma voz padrão, ou seja, totalmente perfeita e que com a aplicação das técnicas vocais o fonoaudiólogo irá conscientizar o paciente para a melhor voz sem que ocorram imitações ou compensações que acabe causando ou agravando problemas vocais.

Autoconhecimento e reabilitação vocal

É necessário para o paciente o entendimento sobre suas dificuldades e de como lidar com elas. Deve, também, conhecer sobre os fatores intrínsecos e extrínsecos que englobam suas dificuldades, como lidar com eles e se perguntar sobre as situações desencadeadoras desses processos. Aliás, não somente conhecê-las, mas como pode encontrar situações que minimizem ou sanem esses problemas. Visto que seu empenho na reabilitação vocal é significativo para que o tempo de terapia seja menor e evitar possíveis recidivas. O terapeuta é fundamental nesse processo de autoconhecimento do paciente, respondendo suas dúvidas, esclarecendo sobre os aspectos do plano terapêutico, incentivando e demostrando resultados obtidos com sucesso de outros pacientes.

Causas de fracasso em reabilitação vocal

Alguns fatores que colaboram para o fracasso da reabilitação vocal não estão diretamente associados ao mau uso e abuso da voz. Muitos pacientes são acometidos de alergia respiratória desde a infância, outros têm refluxo gastresofágico por passarem muito tempo de sua vida se alimentando mal. Já outros, apresentam problemas emocionais de base.A resistência psicológica ao tratamento é outro fator que perpassa pela reabilitação vocal. São indicados pela literatura fonoaudiológica como causas de fracasso o diagnóstico inconclusivo ou impreciso, seja médico ou fonoaudiológico. Alguns pacientes referem o abandono terapêutico devido a questões financeiras enquanto que outros queixam de falta de tempo para o tratamento. Porém, um fator deve sempre estar na pauta do fonoaudiólogo: alguns pacientes gostam de sua qualidade vocal disfônica ou mesmo, sentem dificuldades em eliminar seus hábitos prazerosos.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Orientação à família

A rotina na clínica fonoaudiológica em reabilitação vocal é, primeiramente, conscientizar o paciente e esclarecer sobre a alteração vocal em questão, sobre os danos que os abusos vocais podem causar na laringe, levando-se em conta o cotidiano do paciente, e fornececer informações sobre o funcionamento do mecanismo de fonação. Depois, um ponto de extema importância é enfocado: orientação à família sobre o problema do paciente. A família tem o papel fundamental na modificação das condutas que favoreçam a redução dos abusos, pois o ambiente familiar, muitas vezes, também é um ambiente “ disfônico”. Famílias numerosas, rivalidade entre irmãos e ruidos de eltrodomésticos falicitam o aparecimento de desconfortos vocais. Assim, ao entender que o paciente necessita de um ambiente vocalmente saudável, a família colabora na melhora do quadro disfõnico. Não se deve restringir estas orientações apenas às crianças. os adultos devem, também, orientar seus familiares sobre as modificações que ocorrerrão em suas rotina, evitando, assim, embaraços familiares. Imagine uma mãe de família, muito comunicativa que passa a falar menos e mais baixo? Como o marido e filhos irão interpretar esta atitude? Então, orientação neles!

Fonoaudiologia e a Gestalt

Para que se obtenha sucesso em uma terapia, é extremamente importante não focar apenas na queixa do paciente. A terapia deverá ser realizada em prol do bem-estar do paciente como um todo. Para isso, deverá ser feita uma avaliação onde todas as áreas importantes da vida desse paciente devem ser analisadas. A vida pessoal tem grande importância durante a avaliação, pois para que o paciente obtenha uma melhora é necessário que as demais áreas de sua vida não estejam interferindo em seu tratamento. O fator psicológico é um dos fatores que tem maior capacidade de interferir negativamente ou positivamente durante o tratamento.
Como diziam nossos avós: ”Mente sã, corpo são!”

Respeitar o paciente

Os pacientes que chegam com necessidades de reabilitação vocal, geralmete estão receosos do diagnóstico que lhes foram fornecidos e até mesmo do tratamento que serão submetidos. Por isso, são pacientes que necessitam de uma atenção especial. Muitas vezes, temos que tentar mudar hábitos que já vem de muitos anos em suas rotinas. Com isso, é importante o respeito com essas pessoas, sempre escutá-los com atenção, tirar dúvidas, orientá-los de uma maneira bem simples, tentar encaixar a terapia em um horário que seja favorável para que ele não desista do tratamento, explicar a importância do tratamento, para que assim a alta venha mais rápido. O momento terapêutico deve ser respeitado ao máximo e os exercícios selecionados conforme a queixa e as limitações de cada paciente e, em tempo, sempre explicar os procedimentos que serão realizados.

Além dos exercícios vocais

É de extrema relevância que o fonoaudiólogo tenha a sagacidade de reconhecer que os exercícios vocais, bem como as demais estratégias especificamente fonoaudiológicas de reabilitação vocal, não são os únicos elementos que contribuem para o sucesso da fonoterapia.
Quando este profissional se debruça sobre a sinceridade de uma criança com disfonia, por exemplo, ele obtém como efeito natural a confiança do paciente e consequentemente passa a ter a oportunidade de saber mais sobre o perfil da criança, chegando a considerar que aspectos emocionais e afetivos são pontos importantíssimos para a terapia. Em alguns casos é essencial o encaminhamento para avaliação psicológica ou psicopedagógica como complemento à terapia fonoaudiológica. Na assistência fonoaudiológica ao adulto com disfonia também é indispensável perceber o quanto a tensão do cotidiano pode influenciar no tratamento. Principalmente quando o paciente em questão possui um conjunto de traços de personalidade que condizem com esforço intenso, rispidez e explosividade.

Fonoaudiólogo como facilitador

O Fonoaudiólogo deve deixar bem claro para o paciente que ele está ali para facilitar seu processo de reabilitação, por meio de técnicas vocais que irão facilitar o desaparecimento ou a diminuição dos sintomas que o paciente apresenta. O fonoaudiólogo irá orientar o paciente sobre os métodos que podem ser realizados para melhor qualidade vocal, como por exemplo: o fonoaudiólogo vai orientar que deve ser evitado o uso de bebidas geladas, fumo, entre outros. Tudo isso para facilitar que o paciente tenha melhores resultados em menor tempo. É importante que haja uma parceria entre o paciente e o fonoaudiólogo, pois uma boa atuação fonoaudiológica e um paciente disciplinado, que colabore com o tratamento, a terapia será um SUCESSO.

Adesão ao tratamento

Para um tratamento ter efetividade e evolução satisfatória, devem ser selecionadas e empregadas técnicas para cada tipo de caso, patologia e queixa. Além disso, deve-se observar no paciente, a motivação, a dedicação e a vontade de participar ativamente de sua reabilitação para que o tratamento tenha uma evolução satisfatória. Para que isso ocorra, o fonoaudiólogo deve sempre estimular a motivação do paciente, envolvendo-o, aplicando novas técnicas em cada sessão, mostrando a cada dia a evolução do paciente, mesmo que seja pequena. Se for tratamento direcionado às crianças, deve-se envolver a família e cuidadores, para que haja um trabalho em conjunto, aumente a dedicação e que a terapia tenha um maior sucesso.

Exame ORL

A atuação fonoaudiológica, em conjunto com outros profissionais da saúde é de suma importância para o bem-estar dos pacientes, pois nos ajudará no decorrer do tratamento. O trabalho realizado com médico otorrinolaringologista complementará o diagnóstico fonoaudiológico pois nos apresentará o quadro laringológico existentente, patológico ou não.
Então, com o exame em mãos é possível descartar possíveis diagnósticos duvidosos, nos ajudando assim a fazer um plano terapêutico específico para cada paciente. Fica, então, a orientação: é importantíssimo a presença do exame laringoscópico associado a avaliação fonoaudiológica, pois os casos se diferenciam e o fonoaudiólogo atuará de maneira diferenciada, caso a caso.

Exercicios em casa

Durante a reabilitação vocal são selecionados exercícios para a terapia de um determinado paciente, direcionados especialmente para o quadro deste. Um segundo passo é a orientação para a execução dos exercícios vocais em casa e/ou durante as atividades diárias para que tenha uma melhor e rápida evolução de seu quadro clínico. Então, este paciente deve ser orientado sobre a importância e realização de cada exercício para que obtenha consciência de que o bom resultado também depende da continuidade do programa terapêutico fora do ambiente clínico, assim como de sua colaboração. A família, neste instante, tem a função de apoiar, passando segurança ao paciente deixando-o confiante do seu prognóstico.

Avaliações e registros periódicos

O indivíduo apresenta mudanças na sua voz de acordo com os contextos sociais em que convive, dependendo de fatores como grau de identificação, posição social, personalidade do outro e dos aspectos psicoemocionais que envolvem o momento da interação. Alterações na laringe também causam mudanças significativas na qualidade vocal. Nessa perspectiva, realizar avaliações e registros periódicos permite ao fonoaudiólogo analisar de forma mais detalhada os avanços conseguidos durante a terapia.
Além disso, é uma ferramenta importantíssima para o próprio paciente, pois a partir desse registro pode perceber o avanço da terapia e as melhorias que esta trouxe para a sua qualidade vocal, bem como para a sua comunicação.
Com os avanços da Fonoaudiologia forense o registro vocal acaba sendo uma ferramenta de segurança para o próprio paciente e para o fonoaudiólogo em casos de litígio.

Introdução

Como não utilizar as novas tecnologias de informação? Aliás, a internet, com objetivo de divulgar idéias e pontos de vista, não é tão nova assim, sabemos. Então, para recuperarmos este tempo em que ficamos "off-line", estamos colocando na rede produtos de nossas discussões, baseadas na literatura e na prática fonoaudiológicas. De leitura fácil, esperamos com estes pequenos textos, auxiliar em discussões futuras com nossos pares e fornecer ao leitor informações que entendemos ser de utilidade.
Um abraço sonoro.
A equipe